Como ajudar no desenvolvimento da autoestima do seu filho
Por Karen | Adultos, Terapia ComportamentalA Autoestima ao contrário do que muitos pensam, não é um sentimento desenvolvido espontaneamente pela pessoa de maneira individual.
A estima que temos por nós mesmos é um sentimento aprendido através da interação e dos relacionamentos que desenvolvemos. Ao longo da vida, e principalmente na infância, compreendemos, através do outro, nosso valor. É através da fala e dos comportamentos do outro, que aprendemos a nos reconhecer como seres humanos. Na vida adulta isso se torna menos influenciável, por isso são os pais que possuem um potencial gigantesco, para aumentar ou diminuir a autoestima.
A autoestima é desenvolvida então, em relações importantes para a criança, onde ela se sinta amada, independentemente de seus comportamentos. Amada de maneira incondicional, por exemplo, uma nota baixa em matemática não é critério para perder o amor dos pais.
Sabemos que os pais, em sua maioria, amam seus filhos incondicionalmente, sem sombra de dúvidas! Mas, a questão aqui é, além de amar, é mostrar ao seu filho esse amor.
Vamos pensar em como podemos fazer isso de maneira prática:
Quando a criança se comporta de uma maneira específica, interações dos pais que expressem carinho, afago, contato físico, sorriso, aproximação e atenção, funcionam como consequências reforçadoras, que gratificam a criança. Essas situações contribuem para o aumento da autoestima.
Agora, pensando de maneira contrária, quando a criança recebe dos pais críticas, afastamento e falta de diálogo, como consequência de um comportamento, sua autoestima tende a diminuir. Afastar-se da criança, como consequência de um comportamento, produz nela sentimentos negativos, e não a ensina a se comportar da maneira correta.
Resumindo: O reconhecimento de maneira positiva dos pais, pela criança como pessoa, é o que ajuda no desenvolvimento de sua autoestima. Por exemplo: “Você me deixou feliz com sua nota de matemática” é mais interessante do que “Sua nota foi ótima”.
Nesse exemplo, a valorização é para a pessoa que produziu, e não somente para o comportamento isolado.
Ao passo que, em comportamentos que merecem repreensão, o alvo deverá ser o comportamento e não a pessoa. Por exemplo: “Você me deixou triste com sua nota de matemática” prejudica a autoestima da criança, pois o alvo aqui foi a pessoa. Nesse caso o ideal é que o alvo seja o comportamento “A nota de matemática precisa de atenção, o que podemos fazer?”
Aqui, o pai se mostra atento e participativo com as dificuldades da criança, perceba que mesmo com a nota ruim, o amor e a atenção da criança não foram retirados.
Guilhardi, em Autoestima, autoconfiança e responsabilidade, propõe algumas perguntas reflexivas para os pais se fazerem, para desenvolver autoestima nos filhos, são elas:
“Nas duas últimas semanas:
1. Eu tive tempo para conversar e fazer algumas atividades com meu filho, sem pressa
para encerrar logo a interação?
2. Eu ensinei meu filho a fazer alguma coisa?
3. Eu saberia dizer que atividades meu filho gostaria de fazer em minha companhia?
4. Eu saberia dizer que atividades meu filho gostaria de fazer sem mim, com os amigos
dele?
5. Eu fiz algo com ele para agradá-lo e não para me agradar?
6. Eu lhe dei alguma demonstração clara de atenção, de carinho, de amor?
7. Eu valorizei alguma coisa que ele fez, sem especificar critérios de qualidade ou nível
de desempenho?
8. Eu lhe dei alguma forma de atenção, carinho, sem exigir antes nenhuma forma de
comportamento adequado?
9. Eu revi ações ou comentários meus, considerados excessivos, a partir de deixas
fornecidas por meu(a) companheiro(a) ou por meu filho?
10. Eu abracei meu filho, disse-lhe que o amo, que senti saudades dele, no exato
momento em que me encontrei com ele, sem me preocupar com seus
comportamentos, se estava suado, com roupa suja, despenteado etc.?
11. Eu lhe dei alguma coisa de que ele gosta: uma bala, uma figurinha, uma flor,
simplesmente porque me lembrei dele (não do que ele fez)?
12. Eu lhe impus alguns limites que considerei necessários?
13. Eu lhe disse algum “não”?”
Referências:
Guilhardi, H. J(2002). Autoestima, Autoconfiança e Responsabilidade. http://www.terapiaporcontingencias.com.br/index.php
Skinner, B.F. (2000). Ciência e comportamento Humano. Tradução de J. C. Todorov e R. Azzi. São Paulo: Martins Fontes. (Trabalho original publicado em 1953).
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